Finlandesa UPM inaugura segunda megausina de celulose no Uruguai
A empresa finlandesa UPM inaugurou, nesta terça-feira (6), sua segunda megausina de celulose no Uruguai, o maior investimento na história do país, cujo impacto previsto no PIB nacional chega a 3,4%.
"A UPM Paso de los Toros posicionará o Uruguai entre os principais exportadores globais de celulose", afirmou o governo do presidente Luis Lacalle Pou em comunicado.
Situada no centro do país, às margens do rio Negro, cerca de 260 quilômetros ao norte de Montevidéu, a UPM Paso de los Toros tem capacidade de produção anual de 2,1 milhões de toneladas de celulose de eucalipto e "é energeticamente eficiente, com impactos ambientais mínimos", afirma a empresa.
Além desta nova usina, o investimento total de 3,47 bilhões de dólares (pouco mais de R$ 17 bilhões) inclui um terminal especializado em celulose no porto de Montevidéu, bem como obras de infraestrutura locais, acrescentou.
A UPM disse que, com as operações de plantio de eucaliptos, as usinas de celulose de Paso de los Toros e Fray Bentos (a primeira no país) e a logística relacionada, a cadeia de valor da empresa no Uruguai vai gerar cerca de 7.000 empregos diretos e cerca de 10.000 indiretos.
A segunda usina da UPM, situada em Pueblo Centenario, recebeu as licenças para começar a operar, incluídas as ambientais, em abril.
O primeiro navio com uma carga completa proveniente da UPM Paso de los Toros, de aproximadamente 50.000 toneladas de celulose, zarpou do porto de Montevidéu em 26 de maio.
Na inauguração desta terça, Lacalle Pou destacou que todos os governos atuaram no desenvolvimento do setor florestal no Uruguai desde o retorno à democracia.
A primeira megausina da UPM no país, que na época se chamava Botnia, foi instalada em 2007 em Fray Bentos, sobre o rio Uruguai, na divisa com a Argentina, durante o primeiro governo de Tabaré Vázquez (2005-2010).
Desde a sua construção, a usina gerou uma dura controvérsia com a Argentina, de onde ativistas bloquearam o trânsito durante quase quatro anos em uma ponte internacional bilateral.
A Argentina também levou o caso à Corte Internacional de Justiça em Haia. Em 2010, o tribunal rejeitou sua demanda de relocalizar a usina alegando que não há provas de que o empreendimento polui e ordenou que ambos os países controlem de forma conjunta o impacto ambiental no rio.
G.Aguado--ESF