Anistia denuncia 'novos padrões' de violações de direitos humanos na Nicarágua
A Anistia Internacional denunciou nesta terça-feira (18) que a Nicarágua está usando "novos padrões" de violação dos direitos humanos, cinco anos após o início dos protestos contra o governo de Daniel Ortega, que foram violentamente reprimidos.
A organização humanitária disse que o governo de Ortega e sua esposa, a vice-presidente Rosario Murillo, recorrem ao uso excessivo da força, leis penais, ataques contra a sociedade civil e exílio forçado para silenciar seus críticos.
"A política de repressão do governo da Nicarágua para conter vozes dissidentes e qualquer tipo de crítica continua crescendo, se reinventando e incorporando novos padrões de violações", disse a Anistia em um relatório intitulado "Um grito de justiça: 5 anos de opressão e resistência na Nicarágua".
O relatório sustenta que "o uso excessivo da força tem sido exercido pelas forças policiais, muitas vezes em coordenação com grupos parapoliciais", com "milhares de detenções arbitrárias" desde 2018.
"A implementação desses métodos levou a uma ampla gama de violações dos direitos humanos, incluindo detenção arbitrária, tortura, desaparecimento forçado, execuções extrajudiciais e privação arbitrária da nacionalidade", acrescentou a Anistia.
Centenas de opositores foram detidos na Nicarágua no contexto da repressão que se seguiu aos protestos de 2018 contra Ortega, no poder desde 2007 e sucessivamente reeleito em eleições questionadas.
Os protestos foram violentamente reprimidos com um saldo de mais de 350 mortos, segundo a ONU.
M.E. De La Fuente--ESF