Balanço de mortos por incêndios florestais no Havaí sobe para 53
O número de mortos por um incêndio florestal que devastou uma cidade no Havaí subiu para 53, conforme anunciaram as autoridades locais nesta quinta-feira (10). As equipes de resgate estão lutando para conter as chamas e proteger os afetados.
Os incêndios consumiram mais de 800 hectares de terra em duas ilhas do arquipélago norte-americano e forçaram a evacuação de milhares de pessoas, algumas das quais tiveram que se lançar na água para se proteger das chamas.
"Enquanto os esforços de extinção do fogo continuam, hoje foram confirmadas 17 vítimas adicionais no meio do incêndio ativo de Lahaina", elevando o total de mortes para 53, informou um novo balanço oficial do Condado de Maui.
O governador do estado, Josh Green, já havia alertado anteriormente à CNN que o número de vítimas, até então em 36, poderia aumentar "significativamente".
Os incêndios começaram na madrugada de terça-feira e a rápida propagação colocou em risco casas, empresas e serviços públicos, assim como mais de 35.000 pessoas na ilha de Maui, conforme comunicado pela Agência de Gerenciamento de Emergências do Havaí.
O fogo devastou a cidade de Lahaina, na costa oeste de Maui. "Grande parte de Lahaina em Maui foi destruída e centenas de famílias locais foram deslocadas", alertou Green, destacando que 80% da cidade havia sido engolida pelas chamas.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram as chamas consumindo esta cidade turística, densas colunas de fumaça tingindo o céu de preto e vários barcos atracados em Lahaina também em chamas.
Pelo menos 100 moradores da região pularam na água para escapar do fogo, disse à CNN a comandante da Guarda Costeira Aja Kirksey, que destacou que cerca de 50 pessoas precisaram ser resgatadas do mar por essa instituição.
Também foram declarados incêndios na Ilha Grande do Havaí, mas as autoridades informaram que estavam sob controle nesta quinta-feira.
- "Tem gente que não conseguiu escapar" -
"Foi horrível", contou Claire Ken, uma moradora de Lahaina, à emissora CNN. "Tenho certeza de que tem gente que não conseguiu escapar", acrescentou.
"Ainda temos cadáveres boiando na água", relatou Kekoa Lansford, outra moradora, à CBS. "Estamos tirando as pessoas. Estamos tentando salvar suas vidas, mas sinto que não estamos recebendo a ajuda necessária".
Militares americanos enviaram três helicópteros para ajudar no combate aos incêndios, informou o Comando Indo-Pacífico em um comunicado.
Na quarta-feira, os helicópteros militares que auxiliam os bombeiros usaram 570.000 litros d'água para controlar as chamas no condado de Mauí.
"O objetivo principal é salvar vidas, evitar o sofrimento das pessoas e frear as vultosas perdas materiais", declarou Hara.
Na manhã desta quinta-feira, o presidente Joe Biden declarou estado de catástrofe natural no Havaí, o que permitirá colocar "recursos federais à disposição dos afetados no condado de Mauí", explicou a Casa Branca em um comunicado.
A rede hospitalar da ilha está "saturada" com pacientes com queimaduras e pessoas que inalaram fumaça, informou a vice-governadora do Havaí, Sylvia Luke, que descreveu a situação como "dramática".
Luke informou que os incêndios foram causados pelas condições secas e pelos ventos fortes do furacão Dora, que está no sul do arquipélago americano, mas não se espera que toque o solo.
No aeroporto, muitos turistas ficaram bloqueados, pois seus voos foram cancelados ou atrasaram. Jornalistas da AFP viram muitas pessoas dormindo no chão.
Em todo o mundo, milhões de pessoas têm sofrido com os efeitos de eventos meteorológicos extremos nas últimas semanas. Segundo os cientistas, estes fenômenos têm sido exacerbados pelas mudanças climáticas.
O.L.Jiminez--ESF