El Siglo Futuro - Oposição considerará 'nula' eventual 'certificação' da reeleição de Maduro na Venezuela

Madrid -
Oposição considerará 'nula' eventual 'certificação' da reeleição de Maduro na Venezuela
Oposição considerará 'nula' eventual 'certificação' da reeleição de Maduro na Venezuela / foto: © AFP/Arquivos

Oposição considerará 'nula' eventual 'certificação' da reeleição de Maduro na Venezuela

A oposição anunciou, nesta quarta-feira (21), que considerará "ineficaz e nula" uma possível decisão do Tribunal Supremo para "certificar" a questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro na Venezuela, segundo uma carta aberta publicada pelos seus líderes.

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Maduro foi proclamado reeleito em 29 de julho para um terceiro mandato de seis anos, até 2031, com 52% dos votos, mas a autoridade eleitoral não publicou os detalhes da apuração, alegando que o seu sistema foi hackeado. A oposição denuncia uma fraude e reivindica a vitória do seu candidato Edmundo González Urrutia.

O governante de esquerda dirigiu-se então ao Tribunal Supremo Justiça (TSJ), acusado de estar a seu serviço, para pedir que "certificasse" a sua reeleição em 28 de julho.

"Qualquer eventual decisão da Sala Eleitoral (do TSJ) que possa validar a fraude eleitoral que se pretende impor seria ineficaz e nula", afirma o documento divulgado nas redes sociais pela líder da oposição María Corina Machado e por González Urrutia.

"Os magistrados" do TSJ "estariam violando os direitos inalienáveis dos eleitores e incorreriam em responsabilidade criminal, civil e administrativa", acrescenta a carta, endossada pela coalizão Plataforma Unitária.

O texto acusa a autoridade eleitoral de não cumprir as suas funções: "A Sala Eleitoral (…) não pode atribuir a si as funções e competências do órgão eleitoral, uma vez que não lhe correspondem".

"O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) é o órgão constitucionalmente obrigado a totalizar os votos dos venezuelanos e a publicar as atas de apuração desses votos. No entanto (...), essa instituição não cumpriu os prazos previstos e recusou-se a apresentar os resultados por mesa", acrescentou.

A oposição publicou na Internet cópias dos registros eleitorais que possui e que apontam para a vitória de González Urrutia. Maduro, no entanto, rejeitou a validade destes documentos.

Os Estados Unidos, a União Europeia e vários países latino-americanos não reconheceram a reeleição de Maduro.

"Não aceitaremos a judicialização da mudança democrática que o povo decidiu", afirma a carta publicada pela oposição.

R.Salamanca--ESF