Promotor considera privada conduta de Trump para tentar anular eleições de 2020
O ex-presidente Donald Trump atuou como uma pessoa particular em sua tentativa "criminosa" de reverter o resultado das eleições de 2020 nos Estados Unidos e, assim, não deveria ter imunidade presidencial, segundo uma apresentação judicial do promotor especial Jack Smith, que veio a público nesta quarta-feira (2).
No texto de 165 páginas, Smith também proporcionou nova evidência sobre os esforços do ex-presidente e atual candidato republicano para anular os resultados que deram vitória ao democrata Joe Biden no pleito.
Embora o julgamento de Trump estivesse previsto para março deste ano, o caso acabou ficando em suspenso depois que seus advogados argumentaram que um ex-presidente deveria ter imunidade perante processos penais.
Em julho, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que um ex-presidente tem ampla imunidade de ser processado por atos oficiais enquanto estiver no cargo, mas pode ser processado por atos não oficiais.
A apresentação, revelada pela juíza do Tribunal de Distrito Tanya Chutkan, diz que Trump não deveria escapar da acusação porque agiu como candidato e não como presidente em sua tentativa criminosa.
O comportamento de Trump incluiria mentir para funcionários públicos, fabricar cédulas eleitorais fraudulentas e tentar fazer com que o vice-presidente Mike Pence obstruísse a certificação da vitória de Biden no Congresso.
"Quando tudo isso fracassou", disse o promotor especial, Trump incitou uma "multidão enraivecida" de seguidores a ir para o Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021.
Smith disse que há evidência abundante de que Trump sabia que suas afirmações de fraude eleitoral eram falsas porque assessores próximos o teriam alertado.
Chutkan não marcou uma data para o julgamento, mas este não vai acontecer antes das eleições de 5 de novembro entre Trump e a vice-presidente Kamala Harris.
Trump é acusado de conspiração para fraudar os Estados Unidos e de conspiração para obstruir um procedimento.
Também é acusado de tentar privar os eleitores americanos de seus direitos ao afirmar falsamente que venceu as eleições de 2020.
Em maio, Trump foi condenado em Nova York por falsificação de registros comerciais com o objetivo de encobrir pagamentos ocultos em troca do silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels.
Além disso, enfrenta acusações na Geórgia relacionadas com os esforços para anular as eleições de 2020.
P.Colon--ESF