Desabamento de hotel deixa um morto e desaparecidos na Argentina
Cerca de 300 socorristas corriam contra o tempo nesta terça-feira para encontrar pessoas presas entre os escombros de um hotel em obras que desabou durante a madrugada na cidade turística argentina de Villa Gesell, deixando um morto e um ferido, segundo autoridades.
"Implodiu, caiu sobre si mesmo. Os últimos três andares dos 10 da torre caíram sobre o prédio ao lado", declarou à AFP Javier Alonso, ministro da Segurança da província de Buenos Aires, à qual pertence Villa Gesell, localizada 350 km ao sul da capital.
Nos escombros do prédio vizinho foram resgatados o corpo de um homem de mais de 80 anos e sua mulher, 79, que foi levada para o hospital com ferimentos, informou Alonso. "Estimamos que entre sete e nove pessoas estejam sob os escombros."
O número exato de desaparecidos é desconhecido, porque “não há um registro, pois o hotel não estava aberto”, esclareceu o funcionário. “É um prédio que estava em reforma."
Socorristas auxiliados por cães, drones e sondas com câmeras e microfones trabalhavam no local do desabamento do Apart Hotel Dubrovnik, que ocorreu por volta da 1h local.
"É um trabalho manual, porque ainda há pessoas embaixo e não podemos nos mover com máquinas", disse o chefe da operação dos bombeiros, Hugo Píriz.
"Passa o tempo e eu quero meu filho vivo, quero meu filho inteiro", disse Silvana Perhauc, que se identificou como mãe de um dos desaparecidos.
A pedido da promotoria, peritos da Polícia Federal examinarão os escombros para determinar a causa do desabamento, informou Javier Alonso. "Foi como se um míssil tivesse caído e dividido o prédio em dois", descreveu um vizinho à TN.
- Obra clandestina -
O desabamento esmagou 25% do prédio vizinho, até o apartamento onde as duas pessoas foram encontradas, disse Alonso à imprensa.
"Fizemos silêncio, ouvimos um barulho de um tubo, nos aproximamos do som e conseguimos ouvir a voz. Foi um trabalho árduo, levou horas", relatou Hugo Piris, sobre o resgate da mulher.
Já Alonso ressaltou que o processo "vai ser lento", pois é necessário remover várias camadas de escombros, e destacou que, “até uma semana depois, apareceram pessoas com vida” em tragédias similares.
O presidente da Associação de Hotéis e Afins de Villa Gesell, Jorge Cocco, afirmou ao canal TN que esteve no hotel há dez dias e que o proprietário lhe mostrou "como tinham perfurado a laje do segundo andar até as garagens" para instalar um elevador.
O responsável pela obra e dois pedreiros foram detidos preventivamente como parte da investigação, segundo fontes judiciais citadas pelo La Nación.
Villa Gesell é uma cidade litorânea de cerca de 40.000 habitantes localizada na costa atlântica argentina e tem como principal atividade o turismo.
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S.Lopez--ESF