Alemanha sugere possibilidade de interferência em acidente fatal com avião na Lituânia
Um tripulante espanhol de um avião de carga morreu, nesta segunda-feira (25), depois que a aeronave caiu após realizar um pouso de emergência perto do aeroporto da capital da Lituânia, enquanto a Alemanha insinua a possibilidade de que o acidente seja um "incidente híbrido".
O avião de carga da DHL, que decolou de Leipzig, na Alemanha, rumo a Vilnius, capital da Lituânia, "caiu a poucos quilômetros" do aeroporto, informou à imprensa Renatas Pozela, diretor do serviço dos bombeiros e resgate do país báltico.
A polícia informou que durante o pouso de emergência a aeronave derrapou por centenas de metros e se chocou contra um prédio residencial, que pegou fogo. Os moradores foram retirados e não se feriram.
As autoridades reportaram a morte de um cidadão espanhol e afirmaram que os outros três tripulantes são outro espanhol, um alemão e um lituano. Um deles se encontra em estado crítico.
Autoridades lituanas se expressaram com prudência e o ministro da Defesa, Laurynas Kasciunas, disse que "no momento não há indícios ou evidências que sugiram que houve uma sabotagem ou um ato terrorista".
A primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, se expressou no mesmo sentido e instou a população, em mensagem publicada nas redes sociais, a "se abster de tirar conclusões precipitadas" enquanto a investigação durar.
Mas a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, sugeriu que a tragédia pode ter sido causada por "um acidente ou um incidente híbrido", vinculado a uma intervenção externa.
"Devemos nos perguntar seriamente se se trata de um acidente ou de outro incidente híbrido", afirmou, em declarações à margem da reunião do G7, na Itália.
A expressão "incidente híbrido" é usada por países ocidentais desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 2022, para descrever ataques que não usam táticas militares convencionais, como a sabotagem de infraestruturas ou o lançamento de ciberataques.
O chefe dos serviços de inteligência da Lituânia, Darius Jauniskis, declarou que ainda não podem ser feitas acusações.
"Estamos trabalhando com nossos parceiros estrangeiros para obter todas as informações. Não podemos descartar a possibilidade de um ato terrorista", disse Darius Jauniskis, direto dos serviços de inteligência da Lituânia.
"Alertamos que tais coisas eram possíveis, vemos uma Rússia cada vez mais agressiva (...) mas ainda não podemos fazer atribuições ou apontar o dedo para ninguém", acrescentou.
No início de novembro, várias pessoas foram detidas na Lituânia e na Polônia pelo envio de pacotes incendiários em aviões para diferentes países europeus e cuja origem poderia ser a Rússia, de acordo com vários países.
Há alguns meses, pacotes com dispositivos incendiários foram encontrados nos depósitos do grupo DHL na Alemanha e no Reino Unido, onde pegaram fogo.
L.M. Del Campo--ESF