Harry Belafonte, artista e ativista pioneiro, morre aos 96 anos
Harry Belafonte, o astro que introduziu os ritmos caribenhos na música americana e defensor dos direitos dos negros, morreu nesta terça-feira (25) em Manhattan, aos 96 anos, informou a imprensa local.
Nascido no Harlem, filho de mãe jamaicana e pai francês da Martinica, o ator e intérprete de calipso passou a maior parte de sua infância na Jamaica antes de retornar a Nova York, uma mistura de culturas que influenciou sua música e sua luta pela igualdade racial.
O calipso de Belafonte, um gênero de música caribenha que bebia das influências da África Ocidental e da França, o levou à fama durante a prosperidade e crescimento das cidades após a Segunda Guerra Mundial.
Seu terceiro álbum, com o título "Calypso", de 1956, foi o primeiro LP a vender mais de um milhão de cópias nos Estados Unidos.
O álbum incluía a música que virou a canção emblemática de Belafonte, "Day-O (The Banana Boat Song)". Baseada em uma melodia popular jamaicana, Belafonte canta com sotaque caribenho: "Stack banana 'til de morning come / Daylight come and we wan go home".
Belafonte ironizou as sugestões de que a canção era simplesmente uma música de dança para que as pessoas se sentissem bem e a classificou de rebelião dos trabalhadores que exigiam salários justos.
Ainda no início da carreira, Belafonte não fugiu das polêmicas. Em 1957 ele protagonizou o o filme "Ilha nos Trópicos", no qual interpretou um político em uma ilha fictícia envolvido em um relacionamento inter-racial.
A.Abarca--ESF