Morre aos 91 anos o músico e produtor americano Quincy Jones
O músico americano Quincy Jones, produtor de artistas como Michael Jackson e Frank Sinatra, morreu em Los Angeles neste domingo, aos 91 anos.
Jones morreu em casa, no bairro de Bel Air, ao lado da família, informou seu assessor, Arnold Robinson, sem citar a causa da morte.
“Com o coração cheio, mas partido, que compartilhamos a notícia do falecimento de nosso pai e irmão, Quincy Jones”, disse a família em um comunicado. "E ainda que seja uma perda enorme para nossa família, celebramos sua grande trajetória de vida e sabemos que nunca haverá outro como ele".
De Frank Sinatra a Michael Jackson, do jazz ao hip-hop, Jones acompanhou o pulso sempre flutuante do pop ao longo de sua carreira de mais de sete décadas. Músico de jazz, compositor e criador de tendências, Jones tornou-se uma estrela por suas habilidades no estúdio e seus arranjos: sua música foi a trilha sonora do século XX, e suas partituras, composições e sucessos ressoam até hoje.
Jones também deixou sua marca no mundo dos negócios, onde ele se tornou o primeiro executivo negro de uma grande gravadora e desenvolveu uma infraestrutura no setor para impulsionar a carreira de artistas negros.
A cúpula do Partido Democrata lamentou a morte do músico. O presidente Joe Biden o descreveu como um gênio musical que “transformou a alma” do país, enquanto a vice-presidente e candidata à Casa Branca Kamala Harris elogiou o que chamou de “generosidade de espírito” de Jones.
“Durante décadas, Quincy Jones foi música”, publicou o ex-presidente Barack Obama, que homenageou o músico com a Medalha Nacional das Artes em 2010.
- 'Quincy fez de tudo' -
Quincy Delight Jones Jr. nasceu em 1933 no sul de Chicago. Ele descobriu sua habilidade ao piano em um centro recreativo e fez amizade com Ray Charles durante a adolescência.
Ele estudou brevemente no Berklee College of Music de Massachusetts antes de se juntar ao maestro Lionel Hampton em suas turnês.
Finalmente, mudou-se para Nova York, onde ganhou fama como arranjador de estrelas como Duke Ellington, Dinah Washington, Count Basie e, é claro, Ray Charles.
Ele foi o segundo trompete em “Heartbreak Hotel”, de Elvis Presley, e fez parte da equipe de Dizzy Gillespie por vários anos antes de se mudar, em 1957, para Paris, onde estudou com a lendária compositora Nadia Boulanger.
Mais tarde, chegou a Hollywood, onde compôs trilhas sonoras para filmes e programas de televisão.
Uma das personalidades mais consagradas do showbiz, Jones ganhou praticamente todos os principais prêmios, incluindo 28 Grammys.
Em 1967, ele foi o primeiro compositor negro indicado na categoria de música original no Oscar pelo filme “Um homem em leilão”.
Além disso, Jones criou uma gravadora, fundou uma revista de hip-hop e produziu o programa de TV de sucesso dos anos 90, “The Fresh Prince of Bel-Air”, no qual descobriu Will Smith.
O astro compôs seus próprios sucessos e fez arranjos para dezenas de estrelas do setor, mas ficou mais conhecido por seu trabalho com Michael Jackson, com quem produziu “Thriller”, “Off the Wall” e “Bad”.
“Quincy fez de tudo. Ele conseguiu traduzir sua genialidade para qualquer tipo de som”, disse o pianista de jazz Herbie Hancock à PBS em 2001.
- 'Que cara' -
Da música ao cinema, do ativismo ao teatro, personalidades do entretenimento prestaram tributo ao vasto legado de Jones após a notícia de sua morte.
O produtor Clive Davis descreveu Jones como "o homem do renascimento musical por excelência", enquanto a estrela do showbiz Oprah Winfrey disse que sua vida "mudou para sempre, para melhor, depois de conhecê-lo. Era o amor vívido em forma humana."
“A música não seria música sem você”, disse o pioneiro do 'hip hop' LL Cool J, enquanto o dramaturgo e ator Jeremy O. Harris postou no X que as "contribuições de Jones para a cultura americana eram ilimitadas".
"Verdadeiramente é uma das maiores mentes que o mundo da música já conheceu", escreveu o músico Harry Connick Jr.
“Quincy, meu querido Quincy, você também se juntou às estrelas e esta manhã meu coração está pesado”, postou a cantora e atriz francesa Line Renaud. “Com você, a vida era um balanço, você era jazz, você era alegria e ritmo, você era um gênio!", acrescentou.
P.Avalos--ESF