Migração será cada vez mais necessária, diz Banco Mundial
A migração será "cada vez mais necessária para todos os países", independentemente de seu nível de renda, afirma o Banco Mundial (BM) em um relatório divulgado nesta terça-feira (25).
Cerca de 2,3% da população mundial (184 milhões de pessoas, incluindo 37 milhões de refugiados) vive fora de seu país de origem. As pessoas abandonam seu país em resposta a problemas econômicos, guerras ou violência, mas "o cenário está mudando", destaca o relatório.
“Na próxima década, a migração será cada vez mais necessária para todos os países, independentemente de seu nível de renda”, diz o texto.
Cerca de 43% dos migrantes e refugiados vivem em locais de baixa e média renda; 40% em países de alta renda da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), e os 17% restantes, em Estados do Conselho de Cooperação do Golfo. Muitos são, ao mesmo tempo, países de origem e destino, como México, Nigéria e Reino Unido.
“Em todo o mundo, a migração mostrou ser um motor poderoso do desenvolvimento, que melhora as condições de centenas de milhões de migrantes, de suas famílias e das sociedades em que eles se estabelecem”, assinala o relatório.
"A migração pode ser uma força poderosa para gerar prosperidade e desenvolvimento", reforçou o diretor-gerente sênior do Banco Mundial, Axel van Trotsenburg, citado em um comunicado. “Quando bem administrada, proporciona benefícios para todas as pessoas, tanto nas sociedades de origem quanto nas de destino”.
Nas próximas décadas, a proporção de adultos em idade produtiva diminuirá em muitos países. Na Espanha, com 47 milhões de habitantes, o percentual cairá mais de um terço até 2100, e o número de pessoas com mais de 65 anos passará de 20% para 39%. Países como México, Tailândia e Tunísia irão precisar, em breve, de mais trabalhadores estrangeiros, porque sua população parou de crescer.
O número de refugiados quase triplicou na última década, e as mudanças climáticas ameaçam impulsionar ainda mais as tendências migratórias, uma vez que cerca de 40% da população mundial – 3,5 bilhões de pessoas – vive em locais altamente expostos aos impactos climáticos, aponta o relatório.
O estudo propõe que os países de origem convertam a migração laboral "em uma parte explícita de sua estratégia de desenvolvimento", com a redução dos custos das remessas e o desenvolvimento de habilidades solicitadas em outros países, para que seus cidadãos consigam trabalhos bem-remunerados se migrarem e, desta forma, suavizar "a fuga de cérebros".
Os países de destino “devem encorajar a migração” quando necessitarem das habilidades dos migrantes, e facilitar a sua inclusão.
P.Colon--ESF