El Siglo Futuro - Motorista que matou oito pessoas no Texas é indiciado por homicídio culposo

Madrid -
Motorista que matou oito pessoas no Texas é indiciado por homicídio culposo
Motorista que matou oito pessoas no Texas é indiciado por homicídio culposo / foto: © AFP

Motorista que matou oito pessoas no Texas é indiciado por homicídio culposo

A polícia da cidade americana de Browsnville, Texas, na fronteira com o México, indiciou por homicídio culposo, nesta segunda-feira (8), um homem que atropelou uma multidão, matando pelo menos oito pessoas, entre elas vários imigrantes venezuelanos.

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George Álvarez, de 34 anos, não respeitou o sinal vermelho e perdeu o controle de seu veículo no domingo, atropelando um grupo de pessoas que esperava em um ponto de ônibus em frente a um abrigo de imigrantes, explicou o chefe do Departamento de Polícia de Brownsville, Félix Sauceda.

Pelo menos oito pessoas morreram e dez ficaram feridas, algumas em estado grave.

O chefe da polícia informou que as autoridades ainda esperavam um exame toxicológico de Álvarez e não descartavam nenhuma hipótese para o ocorrido.

"George Álvarez é morador de Brownsville, com uma extensa ficha de antecedentes criminais", disse Sauceda, ao exibir a lista de acusações anteriores do detido, que incluem agressão, roubo e dirigir alcoolizado.

Inicialmente, as autoridades consideraram o incidente como acidental, porém uma testemunha declarou à AFP que o motorista havia xingado o grupo antes de acelerar.

Vários mortos eram imigrantes e funcionários da Patrulha Fronteiriça colaboram com as autoridades para verificar como ocorreu seu ingresso no país.

O incidente ocorreu no momento em que o governo dos Estados Unidos se prepara para suspender uma medida conhecida como "Título 42". Essa política foi adotada durante a pandemia da covid-19 e permitiu que agentes das patrulhas de fronteira deportassem ou rejeitassem a entrada dos migrantes sem sequer examinar os pedidos de asilo.

O fim da norma, na próxima quinta-feira (11), gera o temor nas autoridades de um aumento no número de migrantes que entram ilegalmente pelo sul dos Estados Unidos.

Os presidentes do México, Andrés Manuel López Obrador, e dos Estados Unidos, Joe Biden, irão conversar nesta terça-feira (9) por videochamada sobre a crise migratória, anunciou nesta segunda o mandatário mexicano.

O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu para "investigar de maneira profunda os fatos e esclarecer suas causas, com o objetivo de descartar quaisquer intenções relacionadas às práticas de ódio e xenofobia".

O bispo de Brownsville, Daniel Flores, disse, por sua vez, em nota, que os falecidos eram "homens imigrantes da Venezuela" e pediu para "resistir à tendência corrosiva de desvalorizar as vidas dos imigrantes, dos pobres e dos vulneráveis".

- "Repentino" -

"Foi repentino. Uma senhora passou em um carro e nos avisou para desviarmos e desviamos. Foi em questão de instantes. O assassino vinha no carro apontando para nós, insultando-nos, dizendo-nos coisas como 'motherfucker' (filho da puta), não sei, coisas assim que não entendo", contou à AFP Luis Herrera, um venezuelano de 36 anos que estava no local e ficou ferido em um dos braços.

"Pisou fundo no carro e passou do meu lado, nada mais", destacou, mostrando o braço.

O atropelamento ocorreu em frente ao Centro Ozanam, um abrigo para pessoas em situação de rua e imigrantes muito ativo nas últimas semanas devido ao "fluxo atual" de pessoas que cruzam a fronteira vindas do México, explicou no domingo o porta-voz da polícia de Brownsville, Martín Sandoval.

As vítimas estavam em um grupo de 25 pessoas que esperava em um ponto de ônibus, segundo Victor Maldonado, diretor-executivo do abrigo.

As testemunhas estavam "realmente abaladas", disse Maldonado à AFP.

O centro Ozanam fica aberto 24 horas por dia, explicou Maldonado. Ele comentou que ali se alojam migrantes vindos de Chile, Colômbia, Equador, China, Ucrânia e Venezuela.

O atropelamento ocorreu um dia depois de um homem matar pelo menos oito pessoas em um centro comercial, também no Texas, no ataque a tiros mais recente que abalou o país.

C.M.Diaz--ESF