Biden recebe republicanos para resolver batalha sobre dívida dos EUA
O presidente americano, Joe Biden, reúne-se com líderes republicanos nesta terça-feira (9), com a esperança de romper a paralisia das negociações legislativas sobre o limite da dívida, com potencial impacto na eleição presidencial de 2024.
Biden receberá o presidente da Câmara de Representantes, Kevin McCarthy, e o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, em busca de acordos que ponham fim a uma luta de poder que ameaça causar graves problemas à maior economia do mundo.
Elevar o teto da dívida nacional, que permite ao governo pagar despesas já incorridas, é algo quase habitual. Nos últimos anos, porém, aumentar o limite atual, de 31,4 trilhões de dólares, virou uma guerra, na qual os congressistas republicanos colocam o corte de gastos e a redução do déficit fiscal como condição para autorizar um maior endividamento do governo federal.
Em 2011, essa crise levou os Estados Unidos a perder sua cobiçada classificação AAA da dívida.
Este ano, McCarthy e o Partido Republicano decidiram dizer "não" ao aumento do teto da dívida, a menos que os democratas aceitem, primeiramente, adotar drásticos cortes orçamentários.
É mais uma corrida contra o tempo. No domingo (7), a secretária do Tesouro, Janet Yellen, advertiu que, se o Congresso não resolver a questão rapidamente, "haverá caos financeiro e econômico".
- Sem ceder terreno -
Os líderes democratas no Congresso — o a minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, e o da maioria no Senado, Chuck Schumer — também participam da reunião de hoje.
"O Congresso deve agir. Isso é o que o presidente vai deixar muito claro com os líderes amanhã. O Congresso deve evitar o default, sem condicionamentos", disse a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, na segunda-feira (8).
Não se prevê que as discussões levem a uma solução rápida das divergências.
Biden exige um aumento "limpo" no teto da dívida, argumentando que o gasto deficitário já foi aprovado pelo Congresso e que, portanto, não está em debate.
Em uma entrevista no domingo, Jeffries disse que não se comprometeria a apoiar uma extensão de curto prazo do teto da dívida, insistindo em que a única "ação responsável" é aprovar um aumento.
Os democratas também se referiram ao plano republicano na Câmara de elevar o limite de endividamento com drásticos cortes orçamentários como a lei "Default".
No Senado, também se anuncia um embate, já que 43 republicanos assinaram, no fim de semana, uma carta dirigida ao líder democrata na Casa, Chuck Schumer. Na missiva, expressaram seu compromisso coletivo de se oporem ao aumento do teto da dívida "sem uma reforma substancial do gasto e do orçamento".
O fracasso em chegar a uma solução pode não apenas criar uma tempestade em Wall Street, mas também impactar Biden no terreno político, enquanto ele avança em sua campanha de reeleição para 2024.
B.Vidal--ESF