Fed pausa alta dos juros após dez aumentos consecutivos
O Federal Reserve (Fed, banco central americano) votou, nesta quarta-feira (14), por pausar sua campanha agressiva de aumentos dos juros, apesar da inflação "elevada", embora tenha indicado que outra alta acentuada das taxas ainda pode ser necessária antes do fim do ano.
Após dez aumentos consecutivos, o comitê que decide sobre os juros do Fed votou por manter suas taxas básicas na faixa entre 5% e 5,25%, informou o banco central americano em nota.
Apesar da agressiva campanha de ajuste monetário do Fed, a inflação anual teima em se manter acima de sua meta de longo prazo de 2%, enquanto o desemprego está próximo de baixas recorde.
Manter as taxas de juros como estão dá tempo para os tomadores de decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) "avaliarem informação adicional e suas implicações para a política monetária", informou o Fed.
A medida adotada pelo FOMC, órgão similar ao Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil, alinhou-se amplamente às expectativas dos analistas.
No entanto, os membros do FOMC insinuaram que novos ajustes monetários podem ocorrer mais adiante. Eles elevaram a projeção média para as taxas básicas de juros do Fed em meio ponto percentual ao final deste ano.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse, na coletiva de imprensa que se seguiu ao anúncio sobre os juros, que novas altas provavelmente serão necessárias em 2023, apesar da decisão atual por uma pausa.
"Olhando adiante, quase todos os participantes do comitê consideram provável que altas futuras serão apropriadas este ano para fazer baixar a inflação a 2% ao longo do tempo", afirmou Powell.
A economia americana tem dado sinais de desaquecimento. Recentemente, o Fed previu que uma recessão moderada teria início mais adiante este ano.
Mas o BC americano informou nesta quarta que indicadores recentes sugerem que "a atividade econômica continua a se expandir a um ritmo moderado".
O Fed também divulgou uma previsão econômica atualizada, elevando suas projeções para o PIB de 2023 em 1% frente a 0,4% em março.
P.Rodríguez--ESF