Elon Musk defende regulação da Inteligência Artificial em salão tecnológico de Paris
O polêmico proprietário da Tesla e SpaceX, Elon Musk, afirmou, nesta sexta-feira (16), que quer realizar implantes neurais em um ser humano ainda este ano, em uma apresentação diante de aproximadamente 3.600 admiradores no grande salão europeu de tecnologia em Paris.
Durante sua conferência de duas horas no salão VivaTech, o multimilionário mostrou sua imagem de visionário sem complexos e deu conselhos para que empresários de startups e aspirantes a empresários fascinados com ele tenham sucesso.
Em contrapartida, após uma reunião com o presidente francês, Emmanuel Macron, Musk não comentou sobre a possível instalação de uma fábrica da Tesla na França, apesar de ter prometido, em meados de maio, que sua empresa faria "investimentos significativos" na França.
Mas a promessa não se concretizou e a Tesla poderá acabar indo para a Espanha, quase quatro anos depois de ter eleito Berlim para receber a primeira fábrica da marca na Europa.
Durante sua palestra, Musk anunciou que quer ver ainda em 2023 um ser humano com implantes neurais de sua empresa Neuralink, que acaba de obter autorização para realizar testes nos Estados Unidos.
"Mais adiante, ainda neste ano, faremos nosso primeiro implante de um microchip em um humano para alguém que tem uma forma de tetraplegia", revelou.
O objetivo desses microchips é que cérebros e computadores se comuniquem diretamente para ajudar as pessoas com deficiência física ou que sofrem com doenças neurológicas.
Durante sua apresentação, diante de uma plateia inflamada, Musk também defendeu um Twitter livre de qualquer censura e avaliou que a inteligência artificial poderia desencadear um "apocalipse" para a humanidade.
"Se um apocalipse desencadeado pela inteligência artificial nos atingir, acredito que gostaria de estar vivo durante esse momento".
Na segunda-feira, Musk viajou à Roma para se reunir com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, com quem falou sobre alguns "temas cruciais" como os "riscos da Inteligência Artificial" e sobre "natalidade", segundo a dirigente.
- "Otimista" com o Twitter -
Desde que assumiu as rédeas do Twitter, Musk demitiu boa parte dos funcionários, revelou os acordos da rede social com o governo americano para censurar mensagens polêmicas e restabeleceu a conta do ex-presidente Donald Trump.
"Estou otimista em relação ao futuro" do Twitter, explicou Musk nesta sexta-feira.
A rede social conseguiu excluir 90% das contas falsas e das fraudes, além de 95% do conteúdo sexual com menores, uma das maiores críticas contra a direção anterior, assegurou.
"Praticamente todas as marcas publicitárias retornaram ou disseram que vão retornar", afirmou.
"Meu conselho claro é que se regule rigorosamente a IA", afirmou o excêntrico magnata ante aos espectadores, sem dar mais detalhes.
Musk foi um dos fundadores da OpenAI, a empresa que desenvolveu o 'chatbot' ChatGPT, uma das ferramentas de IA que mais despertou polêmica e fascinação.
- Figura polêmica -
Provocador e libertário, o proprietário da Tesla, SpaceX e acionista majoritário do Twitter se encontra em meio a uma disputa com a União Europeia (UE) sobre a regulamentação da rede social.
O bloco comunitário, incluindo a França, critica o empresário por sua recusa em frear a desinformação.
No final de 2022, o comissário europeu Thierry Breton instou o bilionário a controlar os conteúdos, acatando a lei de serviços digitais da UE, sob a ameaça de uma multa equivalente a 6% da receita da empresa.
No final de maio, Musk irritou ainda mais os ânimos ao retirar o Twitter do código de boas práticas da UE contra a desinformação. O ministro francês do setor, Jean-Noël Barrot, ameaçou "proibir" a plataforma.
"Elon Musk é a pessoa mais inovadora do mundo! Para nós, é uma fonte de inspiração, alguém que não tem limites e que acredita em seus sonhos e projetos", declarou à AFP Tassadit Quivy, de 36 anos, cofundadora da start-up YOO Soft, com sede em Montpellier.
M.E. De La Fuente--ESF