Moody's rebaixa nota de crédito de Israel por conflito com o Hamas
A agência de classificação de risco americana Moody's rebaixou de A1 para A2 a nota de crédito de Israel, nesta sexta-feira (9), devido ao impacto do conflito do país com o grupo islamista Hamas em Gaza.
Em um comunicado, a Moody's justificou sua decisão por avaliar que "o conflito militar em curso com o Hamas, seus efeitos e consequências mais amplas elevam materialmente o risco político para Israel, assim como enfraquece suas instituições executivas e legislativas e sua força fiscal no futuro previsível".
A agência também rebaixou para "negativo" seu prognóstico sobre a dívida de Israel, devido ao "risco de escalada" do conflito com o grupo Hezbollah, muito mais poderoso que o Hamas, e que atua ao longo da fronteira com o Líbano.
O ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, provocou a morte de cerca de 1.160 pessoas em solo israelense, a maioria civis, segundo contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Em resposta, Israel lançou uma operação militar incessante com ataques aéreos e ofensivas em terra que mataram pelo menos 27.947 pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, segundo o ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas.
Depois do ataque, a agência S&P Global rebaixou a perspectiva de crédito de Israel de estável para negativa devido aos riscos de ampliação do conflito com o Hamas.
A Fitch - a última das três grandes agências de classificação de risco - situou Israel em perspectiva negativa devido aos riscos provocados pelo conflito.
"O ambiente de segurança enfraquecido implica em maior risco social e indica instituições executivas e legislativas mais fracas do que a Moody's avaliou anteriormente", informou a agência, nesta sexta-feira, no comunicado em que explicou sua decisão.
"Ao mesmo tempo, as finanças públicas de Israel estão se deteriorando e a tendência de queda projetada anteriormente na relação da dívida pública agora se reverteu", prosseguiu.
"A Moody's espera que o peso da dívida de Israel seja materialmente maior do que o projetado antes do conflito".
L.Balcazar--ESF