Desabamento de mina deixa 16 mortos na Venezuela
Uma mina ilegal de ouro desabou em uma área remota do sul da Venezuela, deixando pelo menos 16 mortos, segundo um balanço atualizado na quarta-feira à noite por uma autoridade local.
O acidente ocorreu na tarde de ontem, na mina Bulla Loca, que fica a sete horas de navegação por rio de La Paragua, no estado de Bolívar. Dezenas de pessoas trabalhavam no local quando houve um deslizamento de terra repentino, mostra um vídeo divulgado por autoridades.
Um balanço divulgado pelo presidente Nicolás Maduro de 15 mortos e 11 feridos foi atualizado para 16 falecidos pelo secretário de Segurança Cidadã de Bolívar, Edgar Colina Reyes.
"Transmito minhas condolências aos parentes e amigos das pessoas que, lamentavelmente, faleceram no acidente de desabamento desta mina ilegal", disse o presidente em um discurso exibido na TV.
Mais cedo, Yorgi Arciniega, prefeito do município de Angostura, que abrange La Paragua, havia declarado à AFP que trabalhava com um balanço provisório de 25 mortos e 15 feridos.
O relatório lido por Maduro descreveu o balanço divulgado por Arciniega como "um ato de desespero" frente à tragédia. Uma equipe de resgate procedente de Caracas viajou ao local para ajudar nas buscas.
Os feridos foram levados para o hospital da capital do estado, Ciudad Bolívar, a cerca de 200 quilômetros da mina, onde trabalhavam 200 pessoas, segundo estimativas do governo. Em La Paragua, muitas lojas não abriram, em sinal de luto.
A região do arco mineiro de Bolívar, que abrange parte da Amazônia, possui uma extensão de 112 mil km² e grandes reservas de ouro, diamante e ferro, entre outros. A região é explorada pelo governo, mas também é ocupada por grupos ilegais e criminosos.
"Isso estava para acontecer", comentou o morador Robinson Basanta, referindo-se à falta de segurança envolvendo o trabalho dos mineradores, a maioria em situação de pobreza extrema. "Essa mina liberou muito ouro. As pessoas chegam ali por necessidade, para tirar seu sustento."
Ativistas denunciam o que chamam de ecocídio na região, e a exploração de mulheres e crianças, que trabalham em longas jornadas sem proteção.
M.Rubio--ESF