Zelensky diz que 16 crianças 'deportadas à Rússia' voltaram para suas famílias
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou, nesta quarta-feira (24), que 16 crianças ucranianas que haviam sido "deportadas para a Rússia" puderam retornar para suas famílias, pouco depois de Moscou anunciar um acordo com Kiev para a troca de 48 crianças deslocadas pela guerra.
"Um grupo de 16 crianças ucranianas [...] foi libertado e devolvido a suas famílias" no Catar, disse Zelensky.
Anteriormente, a comissária russa para os direitos das crianças, Maria Lvova-Belova, anunciou em Doha que havia chegado a um acordo com Kiev mediante o qual "29 crianças vão retornar à Ucrânia e 19 à Rússia".
Zelensky, no entanto, não mencionou a transferência dos 19 menores à Rússia.
O pacto foi firmado durante um encontro entre responsáveis de Kiev e Moscou no Catar, país que tem atuado como intermediário no tema complexo da repatriação de crianças ucranianas presentes no território russo desde fevereiro de 2022, quando começou a invasão russa da Ucrânia.
Em março, quatro crianças ucranianas foram repatriadas da Rússia, já com mediação de Doha, após outra operação similar em fevereiro que envolveu 11 menores.
Segundo Kiev, pelo menos 20.000 menores ucranianos foram deportados para a Rússia de áreas ocupadas em dois anos, mas o total poderia ser muito maior, já que esse número inclui apenas as crianças identificadas oficialmente. Quase 400 delas foram repatriadas pelas autoridades ucranianas.
Tanto Maria Lvova-Belova quanto o presidente russo, Vladimir Putin, são alvos de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) desde março de 2023 por seu envolvimento direto na "deportação" de crianças ucranianas para a Rússia desde fevereiro de 2022.
As autoridades russas também explicaram que implementaram um programa especial para receber essas crianças. Algumas delas são enviadas a acampamentos onde há ênfase na educação patriótica.
Embora a Rússia não seja membro do TPI, Putin se vê limitado em suas viagens internacionais pela ameaça de prisão no exterior.
G.Alamilla--ESF