El Siglo Futuro - Visitantes nus em museu na França para descobrir os 'paraísos naturistas'

Madrid -
Visitantes nus em museu na França para descobrir os 'paraísos naturistas'
Visitantes nus em museu na França para descobrir os 'paraísos naturistas' / foto: © AFP

Visitantes nus em museu na França para descobrir os 'paraísos naturistas'

Para visitar a exposição "Paraísos naturistas" na cidade francesa de Marselha (sudeste) não é necessário estar vestindo roupas, mas sim calçados, o que deixa os visitantes com mais idade atordoados.

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"Achei que fosse uma exposição naturista!", lamenta Daniel, um visitante que se decepciona ao ter que calçar seus sapatos para percorrer os corredores do Museu das Civilizações Europeias e Mediterrâneas (Mucem).

A instituição abre suas portas aos nudistas, mas apenas uma vez por mês, segundo uma solicitação do museu para evitar problemas, afirmou Eric Stefanut, da Federação Francesa de Naturismo (FFN) e co-anfitrião desta inusitada visita guiada que reuniu 80 curiosos na terça-feira (20).

Após as explicações, os visitantes contemplam fotografias, desenhos, livros, filmes, revistas, pinturas e esculturas, material emprestado por museus como o Centro Pompidou em Paris, Louvre ou a Biblioteca Nacional Suíça em Berna.

"Hoje é meu aniversário e procurávamos algo um pouco excepcional", conta à AFP Julie Guegnolle, de 38 anos, vestindo uma saia, acompanhada do marido Matthieu, de 37 anos, que está nu.

"Não é todo dia que você tem a oportunidade de andar nu em um museu. Quando chegamos, estávamos um pouco perdidos, mas não é tão estranho", comemora.

A exposição, aberta à visitação até 9 de dezembro, também recebe visitantes totalmente vestidos fora destes horários específicos.

- "Local chave" -

"Vimos a exposição no Instagram e queríamos dar uma olhada. Na Inglaterra você não encontra esse tipo de lugar onde as pessoas ficam nuas, é muito frio", explicam os ingleses Kieren Parker-Hall, 28, e Xander Parry, 30.

Ambos caminham nus pela exposição, e ficam "fascinados" pelas "fotografias incríveis" de Christiane Lecocq, pioneira do naturismo francês que morreu aos 103 anos, em frente à sua cabana, mostrando o seu corpo marcado pela passagem do tempo.

Marselha historicamente é "um local chave para o naturismo", explica Bruno Saurez, presidente da associação naturista local, fundada em 2014, e co-anfitrião da mostra.

Perto deste importante porto, estão localizadas enseadas que se tornaram áreas naturais protegidas e de difícil acesso.

No início do século XX, o abade Urbain Legré, responsável pelas crianças com tuberculose, propôs aos pais e aos superiores de sua ordem religiosa que as crianças fossem levadas para aquela zona para tomar banhos de sol e fazer exercícios ao ar livre.

"Foi o que se fez na Suíça, na Alemanha", onde o movimento naturista nasceu com o movimento higienista no século XIX, lembra o especialista.

"Estas crianças gostaram tanto desta experiência que foram criadas as primeiras associações naturistas na França: os Naturistas da Provença em 1930 e os Culturistas Livres da Provença em 1931", detalha Saurez.

Não há uma classificação internacional de destinos turísticos nudistas, as informações circulam informalmente entre os adeptos.

"Quando você está nu é muito difícil ir para a guerra ou brigar com alguém", afirma Christelle Bouyoud, de 53 anos, que é adepta desta prática há uma década.

Essa foi a mensagem hedonista do cantor Philippe Katerine quando apareceu vestindo apenas uma tanga e pintado de azul na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, que gerou polêmica mundial.

S.Lopez--ESF