El Siglo Futuro - Detidos dirigentes do clube salvadorenho Alianza após tumulto em estádio que matou 12

Madrid -
Detidos dirigentes do clube salvadorenho Alianza após tumulto em estádio que matou 12
Detidos dirigentes do clube salvadorenho Alianza após tumulto em estádio que matou 12 / foto: © AFP

Detidos dirigentes do clube salvadorenho Alianza após tumulto em estádio que matou 12

O presidente do Alianza de El Salvador, Pedro Hernández, dois dirigentes do clube e dois encarregados do estádio Cuscatlán foram presos nesta quinta-feira (25), acusados de homicídio culposo, lesões culposas e danos públicos após o tumulto que deixou 12 mortos no sábado em uma partida de futebol, informou a Procuradoria.

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"Consta nas investigações realizadas que os portões habilitados não eram suficientes para o número de torcedores", afirmou a Procuradoria-Geral da República no Twitter.

Os únicos acessos, aliás, "não foram abertos com a antecedência suficiente para uma entrada ordenada e segura", destacou o órgão de justiça.

Os organizadores, "ao esgotarem os ingressos disponíveis para o evento esportivo, decidiram vender ilegalmente ingressos emitidos para jogos anteriores”, disse.

- Sobrevenda provocou 'avalanche humana' -

Segundo a FGR, "o descuido na organização e a ganância, na hora de vender demais, geraram uma avalanche humana que provocou a perda de vidas, além de ferimentos e colocou em risco a segurança dos participantes".

Além de Hernández, os outros presos do Alianza são o gerente de segurança Edwin Abarca Ventura e a gerente de finanças Zoila Córdova.

Também foram detidos o gerente geral da EDESSA, empresa que administra o estádio Cuscatlán, Reynaldo Avelar Contreras, e o responsável pelas chaves do estádio, Samuel García Montano.

Desta forma e após procedimentos investigativos, a Promotoria assegurou que "foram identificados os responsáveis pela tragédia ocorrida no Estádio Cuscatlán".

- Até 12 anos de prisão -

Os detidos serão levados aos tribunais nos próximos dias e, se forem considerados culpados, poderão ser condenados a até 12 anos de prisão.

De acordo com o Código Penal, por homicídio culposo poderão pegar até quatro anos de prisão, por lesões culposas até dois anos e por crime de danos de três a seis anos.

No sábado, o tumulto ocorreu no jogo de volta das quartas de final entre Alianza e FAS, que, segundo relato do árbitro, foi suspenso aos 15 minutos para permitir o atendimento aos torcedores afetados.

A confusão, além das 12 mortes, provocou 500 atendimentos médicos no próprio estádio, e 88 pessoas foram hospitalizadas com diversos ferimentos. A maioria já recebeu alta.

A primeira sanção que o Alianza recebeu foi da Federação Salvadorenha de Futebol (Fesfut), que na terça-feira, por meio de uma resolução da Comissão Disciplinar, o responsabilizou pelo tumulto, razão pela qual o declarou perdedor da partida contra o FAS (2 a 0), e durante um ano jogará com portões fechados.

A resolução afirma que o Alianza "não adotou medidas que levassem à prevenção dos acontecimentos ou o fez de forma negligente", uma vez que as medidas de segurança e os mecanismos de controle de acesso ao estádio, entre outros, "foram manifestamente insuficientes e deficientes".

O Alianza também terá que arcar com uma multa de 30 mil dólares (150.240 reais na cotação atual), que deverá ser paga antes de 21 de julho.

O Fesfut e os clubes da Major League decidiram nesta quarta-feira encerrar o torneio Clausura, que estava nas quartas de final.

O encerramento do torneio foi decidido "em resposta à gravidade dos acontecimentos, e à necessidade de garantir as condições de segurança das instalações", explicaram as entidades esportivas.

Desta forma, o torneio Clausura só conseguiu ser disputado até as partidas de ida das quartas de final do torneio.

Com "o apoio e assessoria internacional da Fifa e da Concacaf", as partes esperam executar "melhores protocolos que garantam a tranquilidade dos torcedores e de todos os envolvidos nestes eventos".

O Fesfut deixou claro que não haverá um campeão do torneio Clausura.

Na quarta-feira, em um comunicado, o grupo denominado 'Jogadores Unidos' fez um apelo para que "os dirigentes da Primeira Divisão reconsiderem a decisão" e pediu que a sua opinião fosse levada em conta.

Com a medida, segundo os jogadores, "um grande número de pessoas que dependem economicamente da realização das partidas está sendo afetado".

L.Cabrera--ESF