Prazer, Europa, meu nome é Endrick
O gol da vitória sobre a Inglaterra, o do empate parcial contra a Espanha. A joia do futebol brasileiro Endrick, de 17 anos, apresentou suas credenciais em estádios emblemáticos da Europa e deu novos ares à Seleção.
O jovem atacante marcou seus dois primeiros gols com a camisa do Brasil, nos amistosos disputados em Wembley (1 a 0 contra a Inglaterra no sábado) e no Santiago Bernabéu (3 a 3 com a Espanha na terça-feira), que a partir do segundo semestre será sua nova casa.
Seus gols não só salvaram à Seleção, que chegou ao Velho Continente depois de três derrotas consecutivas e com vários desfalques importantes, mas também foram uma carta apresentação para quem duvidava de seu talento precoce.
"Muito feliz, só gratidão pelo que Deus traz na minha vida, por ajudar o meu país, a minha seleção", disse o atacante do Palmeiras, que está de malas prontas para o Real Madrid e chega ao clube espanhol em julho.
Endrick começou os dois jogos como reserva e entrou no segundo tempo: na Inglaterra, deu a vitória ao Brasil nove minutos de entrar em campo; na Espanha, saiu do banco e em quatro minutos fez o do empate parcial em 2 a 2, depois de o time brasileiro sair perdendo por 2 a 0.
Ele se mostrou decisivo na estreia de Dorival Júnior no comando da Seleção: dois gols em três finalizações entre os dois amistosos.
- "Símbolo da renovação" -
Seus gols foram vitais para encerrar a sequência negativa do Brasil, que chegou à Europa sem ter vencido seus últimos quatro jogos, todos pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.
A má campanha deixou a Seleção apenas na sexta colocação da tabela (sete pontos em seis jogos), à beira da repescagem, e custou o cargo do técnico Fernando Diniz, que assumiu a equipe enquanto se esperava o italiano Carlo Ancelotti, que acabou renovando com o Real Madrid.
Mas acima de tudo, a resposta de Endrick em campo pode ser um indício de que o Brasil finalmente encontrou um centroavante de confiança, após a irregularidade de Richarlison, Matheus Cunha, Pedro e Gabriel Jesus.
"Acho que é o símbolo da renovação da Seleção Brasileira. Nós que somos mais experientes temos que servir de apoio e de alguém que possa ajudar nessa passagem de bastão para os novos, porque o futuro da Seleção Brasileira são eles", disse o lateral Danilo, de 32 anos.
Ao lado de Vinícius Júnior, Rodrygo e Lucas Paquetá, Endrick ajudou a equipe a sair invicta dos duelos nas casas de duas forças do futebol europeu, mesmo desfalcada de vários nomes importantes: os goleiros Alisson e Ederson, o zagueiro Marquinhos, o volante Casemiro e o atacante Neymar.
- Ainda é um menino -
Dorival Júnior destacou o "saldo muito positivo" após os amistosos na Europa, a pouco menos de três meses da Copa América nos Estados Unidos (20 de junho a 14 de julho), e com o reinício das Eliminatórias marcado para setembro.
O treinador também pediu cautela com o jovem atacante, que estreou na Seleção na rodada dupla das Eliminatórias em novembro, nas derrotas para Colômbia (2 a 1), em Barranquilla, e Argentina (1 a 0), no Maracanã.
Àquela altura, Endrick já tinha mostrado seu brilho em sua segunda temporada como profissional. No final, fechou o ano com chave de ouro ao marcar o gol que selou o bicampeonato do Brasileirão para o Palmeiras.
"Com o Endrick, também teremos calma e paciência, para ele ganhar componentes importantes e para termos uma equipe equilibrada com três, quatro atacantes", advertiu Dorival.
O jovem jogador já é aguardado no Santiago Bernabéu: "Estamos todos te esperando aqui", disse o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, ao final do jogo contra a Espanha.
Ele se dirigiu às arquibancadas do estádio quando marcou e após o apito final: primeiro, para para comemorar o gol com seu pai; depois, para dar um beijo na namorada.
Foram as mostras de gratidão com os que mais o apoiaram durante a má fase que viveu no ano passado. Mas depois, novamente diante dos microfones, revelou seu objetivo com a Seleção.
"A gente quer sempre vencer. O Danilo estava falando na roda que a gente precisa vencer, mostrar a cara do Brasil", afirmou. "O Vini também falou para gente colocar o Brasil no topo de onde nunca deveria ter saído".
M.Rubio--ESF