Blinken diz que irá à China para 'evitar erros de cálculo' com Pequim
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse nesta sexta-feira (16) que sua próxima visita à China tem como objetivo "evitar erros de cálculo" e favorecer o entendimento com Pequim.
O objetivo da viagem é "abrir linhas diretas de comunicação para que nossos dois países possam administrar nosso relacionamento de maneira responsável, o que inclui abordar alguns desafios e percepções equivocadas e evitar erros de cálculo", afirmou Blinken, em entrevista coletiva conjunta com seu homólogo de Singapura, Vivian Balakrishnan.
Blinken partirá de Washington à noite rumo a Pequim para se reunir com funcionários chineses de alto escalão. Durante esta viagem, ele também pretende "promover os interesses e valores dos Estados Unidos", inclusive transmitindo diretamente as "preocupações" sobre vários temas.
"Em terceiro lugar, trata-se de explorar o potencial de cooperação" com Pequim para enfrentar desafios globais como a mudança climática, ou a luta contra as drogas sintéticas, completou.
"A competição intensa requer diplomacia sustentada para garantir que não se transforme em confronto, ou conflito", acrescentou Blinken, convencido de que "o mundo espera que Estados Unidos e China cooperem". A detenção de cidadãos americanos na China será outro tema das reuniões, disse a um repórter.
O porta-voz da chancelaria chinesa, Wang Wenbin, disse hoje em Pequim que os Estados Unidos precisam trabalhar com a China para melhorar as relações, informou a Xinhua. "Os Estados Unidos consideram a China seu principal rival e desafio geopolítico mais importante. Trata-se de um erro grave de julgamento estratégico", afirmou Wang em entrevista coletiva.
O porta-voz enfatizou que as exigências americanas não devem privar a China de seu direito legítimo ao desenvolvimento: "Isto não é competição responsável, e sim intimidação irresponsável. Apenas levará os dois países ao confronto e criará um mundo dividido."
Blinken será a autoridade americana do mais alto escalão a visitar a China desde 2018. A viagem estava originalmente marcada para fevereiro. Foi cancelada, porém, devido a um incidente envolvendo um balão chinês que sobrevoava o território americano na época. Washington acusou a China de espionagem.
V.Martin--ESF