Bombardeios russos atingem hospital infantil e deixam pelo menos 20 mortos na Ucrânia
Ao menos 20 pessoas morreram nesta segunda-feira em bombardeios russos na Ucrânia, um ataque que atingiu instalações do sistema de energia e um hospital infantil em Kiev, capital do país, segundo as autoridades.
"Os terroristas russos voltaram a atacar a Ucrânia em larga escala, com mísseis", declarou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
As cidades afetadas, acrescentou, são Kiev, Dnipro, Kryvyi Rih, Sloviansk e Kramatorsk, no centro e leste da ex-república soviética, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.
Várias explosões abalaram Kiev durante a manhã, segundo correspondentes da AFP.
O presidente ucraniano afirmou que a Rússia lançou "mais de 40 mísseis de diversos tipos" e escreveu nas redes sociais que "edifícios residenciais, infraestruturas e um hospital infantil foram danificados".
Imagens divulgadas pelas autoridades mostram pessoas tentando retirar os escombros do hospital pediátrico em meio à fumaça e profissionais da saúde com roupas manchadas de sangue.
"Há pessoas sob os escombros e ainda não sabemos o número exato de vítimas. No momento, todos estão ajudando a retirar os escombros, tanto médicos como pessoas comuns", afirmou Zelensky.
Os bombardeios também "destruíram o danificaram" três subestações de energia elétrica da cidade, informou a operadora DTEK.
O último grande ataque contra Kiev havia acontecido em 12 de junho. Desde o início da guerra, as forças russas atacam de maneira reiterada a capital ucraniana com mísseis.
Zelensky deve viajar nesta segunda-feira a Varsóvia, capital da Polônia, pouco antes de comparecer a uma reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Washington, Estados Unidos.
- "Responder com força" -
Em Kryvyi Rih, cidade natal de Zelensky, no centro do país, os bombardeios russos deixaram pelo menos 10 mortos e mais de 30 feridos, segundo o prefeito local.
Em Dnipro, a uma distância de 150 km, "um arranha-céu e uma empresa foram danificados", afirmou o governador de Dnipropetrovsk, Sergei Lysak.
O ataque também atingiu um posto de gasolina, onde deixou feridos.
No leste da Ucrânia, na região de Donetsk, onde as forças russas avançaram nas últimas semanas, pelo menos três pessoas morreram em Pokrovsk, uma cidade que antes da guerra tinha quase 60 mil habitantes.
O Kremlin não reagiu aos bombardeios, mas normalmente insiste que não ataca instalações civis.
"Este bombardeio afetou civis, atingiu infraestruturas, e o mundo inteiro deveria ver hoje as consequências do terror, que só podem ser respondidas com força", escreveu Andrei Yermak, chefe do gabinete presidencial ucraniano, nas redes sociais.
Zelensky pediu aos aliados que enviem mais sistemas de defesa antiaérea à Ucrânia, país devastado por mais de dois anos de guerra.
"A Rússia não pode afirmar que ignora por onde voam os seus mísseis e deve prestar contas por todos os seus crimes", denunciou o presidente ucraniano em outra mensagem nas redes sociais.
F.González--ESF