El Siglo Futuro - Kamala Harris e o mês em que tudo mudou no cenário político dos EUA

Madrid -
Kamala Harris e o mês em que tudo mudou no cenário político dos EUA
Kamala Harris e o mês em que tudo mudou no cenário político dos EUA / foto: © AFP

Kamala Harris e o mês em que tudo mudou no cenário político dos EUA

A consagração de Kamala Harris como candidata democrata nesta quinta-feira (22) na convenção nacional do partido será o ápice de um mês único na história política dos Estados Unidos, que acabou redistribuindo as cartas da campanha presidencial.

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No dia 21 de julho de 2024, às 13h46 pelo horário de Washington, o presidente Joe Biden anunciou, em uma carta publicada na rede social X, a desistência da disputa pela Casa Branca.

O presidente, de 81 anos, cedia assim à pressão de seus pares, que consideravam que sua candidatura a um segundo mandato era muito arriscada para o Partido Democrata, após um debate calamitoso contra o republicano Donald Trump levantar dúvidas sobre seu estado de saúde.

A notícia caiu como uma bomba e ofuscou o assunto do momento: a tentativa de assassinato contra Trump apenas uma semana antes.

Os democratas voltavam a dominar o debate público.

Às 14h13, uma nova mensagem de Biden anunciava apoio a Kamala Harris, sua vice-presidente de 59 anos, para ser a nova candidata.

"Hoje, quero oferecer todo meu apoio a Kamala para ser a candidata do nosso partido este ano", afirmou.

- Ao palco -

De Washington, Kamala Harris - que pode ser a primeira mulher a ocupar a presidência dos Estados Unidos - agradeceu a Biden por sua "liderança extraordinária" e afirmou que estava "honrada" por contar com seu apoio, após o "ato patriótico" de sua desistência.

Ela se comprometeu a fazer tudo ao seu alcance para "unir o Partido Democrata" e derrotar Trump em 5 de novembro.

Sua candidatura estava em andamento.

Em poucas horas, a ex-congressista da Califórnia conseguiu o apoio de governadores, senadores, ex-adversários, progressistas e moderados de seu partido, encerrando as dúvidas dos analistas políticos.

- "Quando lutamos, vencemos" -

Como fazer uma campanha de três meses contra um Donald Trump em ascensão?

Primeiro, manteve a mesma equipe de Joe Biden, os mesmos locais para eventos partidários e praticamente o mesmo logo de campanha.

Mas a mensagem mudou completamente.

Diante do ex-presidente republicano condenado pela justiça no final de maio, Harris ressaltou sua experiência como promotora e também sua idade, um ponto crucial para a desistência de Biden diante de um rival apenas três anos mais novo.

Os democratas arrecadaram 100 milhões de dólares (R$ 546,2 milhões) em doações de campanha em 48 horas.

Milhares de voluntários se inscreveram para ajudar na campanha democrata.

O entusiasmo foi refletido nas pesquisas e nos primeiros atos de campanha de Harris. Ao lado de rappers em um comício em Atlanta, pronunciou a frase "When we fight, we win!" ("Quando lutamos, vencemos!"), que logo se tornou o novo slogan de campanha.

"Vamos levar o nosso caso ao povo americano e vamos vencer", disse também aos voluntários da campanha em Delaware, reconhecendo uma "montanha-russa de emoções".

- A escolha do vice -

Apoiada por seu partido e sua base, Kamala Harris precisava apresentar um companheiro de chapa. Um processo que normalmente leva meses aconteceu em poucos dias.

No dia 6 de agosto, ela anunciou que o escolhido seria um ex-professor de Geografia que virou governador de Minnesota, Tim Walz, de 60 anos.

A dupla percorreu em uma semana cinco estados considerados decisivos para as eleições de novembro.

Depois de Harris aceitar formalmente a indicação democrata nesta quinta-feira, no principal momento da convenção do partido em Chicago, ela terá dois meses para convencer os americanos da solidez de sua candidatura. E competir com um candidato também disposto a batalhar.

L.Balcazar--ESF