Presidente palestino pede à ONU a interrupção da venda de armas a Israel
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, pediu, nesta quinta-feira (26), à comunidade internacional que pare de enviar armas a Israel e impeça o derramamento de sangue na Cisjordânia e em Gaza, enfatizando o papel dos Estados Unidos.
Abbas afirmou que Washington continua fornecendo apoio diplomático e armas a Israel para a guerra em Gaza apesar do crescente número de mortos, que segundo o Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas chega a 41.534.
"Parem esse crime. Parem de matar crianças e mulheres. Parem com o genocídio. Parem de enviar armas a Israel", exortou o presidente palestino em seu discurso ante a Assembleia Geral da ONU em Nova York.
"Esta loucura não pode continuar. O mundo inteiro é responsável pelo que está acontecendo com o nosso povo em Gaza e na Cisjordânia", acrescentou, quase um ano após o início da campanha militar de Israel na Faixa de Gaza em retaliação ao ataque sem precedentes do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
A grande maioria dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza foi deslocada pelo menos uma vez devido à guerra e muitos buscaram refúgios em escolas.
"Somente os Estados Unidos se levantaram para dizer: 'Não, os combates continuarão'. Fizeram isso usando o veto", criticou Abbas, em referência ao poder de veto usado repetidamente pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU para evitar a censura à campanha de Israel em Gaza.
Washington "forneceu a Israel as armas mortais que utilizou para matar milhares de civis, crianças e mulheres inocentes. Isto encorajou ainda mais Israel a continuar a agressão", acrescentou, afirmando que Israel "não merece" estar na ONU.
Os Estados Unidos são os principais aliados das autoridades israelenses, fornecendo bilhões de dólares em ajuda e equipamento militar.
O ataque de 7 de outubro que desencadeou a guerra matou 1.205 pessoas do lado israelense, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses que incluem reféns mortos no cativeiro.
Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 97 permanecem detidas dentro da Faixa de Gaza, incluindo 33 que os militares israelenses afirmam estarem mortas.
G.Alamilla--ESF