El Siglo Futuro - Europa quer mostrar uma frente unida diante do retorno de Trump

Madrid -
Europa quer mostrar uma frente unida diante do retorno de Trump
Europa quer mostrar uma frente unida diante do retorno de Trump / foto: © AFP

Europa quer mostrar uma frente unida diante do retorno de Trump

Quarenta e sete líderes europeus se reúnem nesta quinta-feira (7) em Budapeste com uma agenda formalmente centrada na economia e migração, mas marcada pela necessidade de demonstrar uma frente unida diante de Donald Trump, após a vitória do republicano nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

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As autoridades se reunirão no encontro de cúpula da Comunidade Política Europeia (CPE), que reúne os 27 membros da União Europeia (UE) 20 convidados.

E na sexta-feira (8) está prevista uma reunião de cúpula da UE também na capital húngara.

A CEP programou debates em mesas temáticas sobre migração e segurança econômica, mas o resultado da eleição americana é claramente o assunto mais importante.

Além disso, na quarta-feira aconteceu o colapso da aliança de governo na Alemanha, o que abre outra dúvida política para o bloco de países europeus.

Ao mesmo tempo, na França, o presidente Emmanuel Macron ainda tenta se recuperar após a dura derrota sofrida nas recentes eleições legislativas.

Macron tomou a iniciativa em sua mensagem de felicitações a Trump e pediu uma Europa "mais unida, mais forte e mais soberana neste novo contexto".

A percepção, baseada nas declarações de Trump durante a campanha, é que o continente europeu deve mostrar-se unido e estar preparado para dificuldades na área comercial.

Na campanha eleitoral, Trump disse que a UE era uma "mini China" que abusa da parceria comercial com os Estados Unidos em busca de superávit.

Ele indicou que cogita a ideia de adotar tarifas de entre 10% e 20% para todos os produtos que entrem nos Estados Unidos, um cenário que preocupa muitos líderes europeus.

- Unidade necessária -

A presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, também estará no centro das conversas.

Em uma mensagem na rede social X, Von der Leyen saudou "calorosamente" Trump e mencionou a importância da "associação entre os povos" dos dois lados do Atlântico.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, celebrou a vitória de seu "amigo" Trump. E o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, prometeu abrir "várias garrafas de champanhe" pela vitória de Trump.

Ao receber em sua capital a reunião da CEP e o encontro de cúpula da UE, Orban fica na posição de interlocutor necessário entre as capitais europeias e Trump.

Ele também não esconde as boas relações com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o que significa que o polêmico premiê húngaro assume um papel central.

A CEP, promovida originalmente por Macron, constitui um fórum no qual participam os países da UE, alguns candidatos a ingressar no bloco e até um ex-membro, o Reino Unido.

Para o analista Guntram Wolff, do grupo Bruegel, os países europeus não estavam preparados para a vitória de Trump.

"Não existe um plano elaborado sobre o caminho a seguir, nem a nível europeu, nem a nível franco-alemão", disse.

Sébastien Maillard, do Instituto Jacques Delors, destacou que o resultado das eleições nos Estados Unidos "obriga a UE a abrir os olhos".

I.Santos--ESF