El Siglo Futuro - Cúpula Ibero-Americana no Equador não terá vários líderes do bloco

Madrid -
Cúpula Ibero-Americana no Equador não terá vários líderes do bloco
Cúpula Ibero-Americana no Equador não terá vários líderes do bloco / foto: © AFP

Cúpula Ibero-Americana no Equador não terá vários líderes do bloco

A XXIX Cúpula Ibero-Americana começa nesta quinta-feira (14) no Equador marcada pela ausência de seus principais líderes, o que evidencia a profunda divisão política na região e um certo desinteresse pelo multilateralismo.

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Menos de 10 chefes de Estado e de Governo dos 22 convidados confirmaram presença na reunião na cidade de Cuenca (sul), que prosseguirá até sexta-feira.

Entre os nomes confirmados estão o rei da Espanha, Felipe VI, e os presidentes do Paraguai, Santiago Peña; de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e do país anfitrião, Daniel Noboa.

Com o lema "Inovação, Inclusão e Sustentabilidade", a reunião é um teste para Noboa, cujo país recebe o evento pela primeira vez, em um momento de crise energética provocada por uma seca histórica, além da violência vinculada ao crime organizado e ao narcotráfico.

"Não acredito que teremos mais de oito presidentes ou chefes de Estado, o que demonstra que há um desinteresse total e um confronto que faz com que não vejam utilidade em estar em Cuenca", disse à AFP o ex-ministro das Relações Exteriores do Equador Francisco Carrión (2005-2007).

- Trump, México e Venezuela -

Uma das grandes ausentes é a presidente mexicana, a esquerdista Claudia Sheinbaum, cujo país rompeu relações diplomáticas e processou o Equador após a invasão em abril de sua embaixada em Quito para capturar o asilado ex-vice-presidente Jorge Glas.

A participação do presidente colombiano, o também esquerdista Gustavo Petro, é incerta. Ele havia confirmado sua presença, mas recentemente cancelou sua viagem à COP29 sobre mudanças climáticas no Azerbaijão devido às inundações que seu país enfrenta.

O presidente argentino, o ultraliberal Javier Milei, deve viajar esta semana aos Estados Unidos para tentar uma reunião com presidente eleito, Donald Trump.

A reunião ibero-americana deste ano deve ser marcada pelo retorno do magnata republicano à Casa Branca e por suas ameaças de deportação em massa e tarifas contra os países da região.

O encontro também deve abordar a questionada reeleição do presidente venezuelano Nicolás Maduro, a migração e os danos provocados pelas mudanças climáticas na Ibero-América, especialmente após as inundações catastróficas na Espanha.

Noboa, que se define como um político de centro-esquerda, mas é apoiado por forças da direita, vai comandar os debates a poucos meses das eleições presidenciais de fevereiro, nas quais é considerado o favorito para obter a reeleição.

A reunião de Cuenca, que começa com uma sessão de chanceleres, também terá que lutar para não ser ofuscada por outros encontros regionais paralelos de alto nível: o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) no Peru e a cúpula do G20 no Brasil.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não viajou ao Equador para finalizar os preparativos da reunião das 20 maiores economias mundiais.

Setores indígenas e trabalhadores convocaram uma "contracúpula" para sexta-feira, dia em que está prevista a sessão de chefes de Estado. Com o nome "Cúpula dos Povos", o evento incluirá protestos em várias regiões do Equador.

- Cooperação -

Apesar dos desafios, o governo equatoriano afirma que tudo está pronto para receber as atividades da cúpula e se comprometeu a garantir a segurança e o fornecimento de energia elétrica em Cuenca, no momento em que o país enfrenta apagões.

A chanceler Gabriela Sommerfeld defendeu a reunião como "um pilar fundamental para impulsionar a cooperação ibero-americana e dar seguimento aos programas, iniciativas e projetos que estão em curso".

Um dos objetivos da reunião é adotar "medidas para o desenvolvimento sustentável", assim como "iniciativas para o combate ao crime organizado transnacional", acrescentou.

A taxa de homicídios no Equador subiu de 6 para cada 100.000 habitantes em 2018 ao recorde de 47 em 2023.

Com uma localização privilegiada no Pacífico, entre Colômbia e Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, o Equador também enfrenta um aumento do narcotráfico.

G.Bardales--ESF