Especialistas recomendam uso de pílula anticoncepcional sem receita nos EUA
Um painel americano de especialistas votou, nesta quarta-feira (10), a favor de que as pílulas de controle da natalidade sejam disponibilizadas sem receita, uma decisão apoiada por defensores dos direitos reprodutivos, especialmente depois que a Suprema Corte anulou o direito constitucional ao aborto.
O painel independente votou por unanimidade que os benefícios de permitir que a medicação Opill seja vendida sem receita médica superam os possíveis riscos. Os especialistas consideraram, também, que a medida diminuiria os obstáculos associados ao encaminhamento para consultas médicas, que afeta de forma desproporcional as populações menos favorecidas.
"Acredito que a eficácia e a segurança desta forma de controle da natalidade foram estabelecidas há mais de meio século", disse Jolie Haun, do Hospital de Veteranos James A. Haley, membro do painel.
Os votos do comitê costumam ser aceitos pela agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, o que significa que a pílula produzida pelo laboratório HRA Pharma poderia estar disponível sem receita nas próximas semanas.
Sua aprovação é provável, mas não é certa. Cientistas da FDA têm apontado preocupações com o impacto potencial em pessoas com diagnósticos atuais ou passados de câncer de mama, e com o possível mau uso da pílula.
O incentivo ao acesso a uma pílula sem prescrição médica tem ganhado relevância após a decisão da Suprema Corte de revogar o direito constitucional ao aborto, na origem de várias proibições e restrições severas em estados conservadores.
A medida tem tido o apoio de grupos de especialistas em saúde, como a Associação Médica Americana e o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia.
D.Cano--ESF