OMS levanta alerta máximo global para epidemia de mpox
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira (11) que a epidemia de mpox (anteriormente conhecida como "varíola dos macacos") deixou de ser uma emergência de saúde global, um ano após alertar sobre sua propagação.
A mpox "não representa mais uma emergência de saúde pública de alcance internacional", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva em Genebra, acrescentando que seguiu a recomendação do Comitê de Emergências da entidade.
Esse anúncio se dá exatamente uma semana depois de a instituição ter levantado o alerta máximo para a covid-19.
"Embora os alertas para mpox e covid-19 tenham terminado, a ameaça de novas ondas se mantém para ambos. Os dois vírus continuam circulando, e os dois continuam matando", advertiu Tedros.
Em maio de 2022, surtos de mpox começaram a ser registrados na Europa e nos Estados Unidos, fora das dezenas de países da África Central e Ocidental, onde a doença é endêmica há algum tempo.
O diretor-geral da OMS declarou uma emergência de saúde pública de alcance internacional em 23 de julho de 2022. Desde então, o número de casos diminuiu de forma significativa.
Houve "quase 90% de casos a menos nestes três meses, em comparação com os três meses anteriores", detalhou Tedros.
No total, já foram registrados mais de 87 mil casos, em 111 países, e a doença deixou 140 mortos, segundo o último balanço.
- Tendência de baixa -
"Embora a tendência de queda nos casos globais de mpox seja celebrada, o vírus continua afetando comunidades em todas as regiões, incluindo a África, onde a transmissão ainda não é bem compreendida", continuou ele.
Infecções relacionadas a viagens também representam um risco, acrescentou.
"A mpox continua apresentando desafios significativos de saúde pública que precisam de uma resposta sólida, proativa e sustentável", alertou, encorajando os países a manterem a vigilância e o acesso a testes e vacinas.
Como a grande maioria das infecções relatadas no mundo ocorreu entre homens que fizeram sexo com outros homens, inicialmente temeu-se algum problema de discriminação na resposta à epidemia.
"Embora o estigma tenha sido uma preocupação impulsionada na gestão desta epidemia e continue dificultando o acesso aos cuidados para mpox, a temida reação violenta contra as comunidades mais atingidas não se materializou", afirmou Tedros.
O chefe da OMS também apontou que as pessoas com HIV e sem tratamento estão especialmente expostas ao mpox.
A doença é caracterizada por erupções cutâneas que podem aparecer nos órgãos genitais ou na boca. Pode gerar febre, dor na garganta ou nos gânglios linfáticos.
A mpox é transmitida através do contato próximo com pessoas ou animais infectados ou por objetos contaminados, como vestimentas e roupas de cama.
S.Delgado--ESF