EUA investe U$ 1,2 bilhão em dois projetos para capturar CO2 do ar
Os Estados Unidos anunciaram, nesta sexta-feira (11), o investimento de US$ 1,2 bilhão (R$ 5,8 bilhões, na cotação atual) em dois projetos de captação de CO2 directamente da atmosfera, "o maior investimento" já feito nesta tecnologia que visa combater o aquecimento global, mas que ainda é alvo de críticas de alguns especialistas.
"A redução de nossas emissões por si só não irá reverter as crescentes consequências da mudança climática; devemos também remover o CO2 que já emitimos na atmosfera", disse a secretária de Energia, Jennifer Granholm, em um comunicado.
Os dois projetos, localizados no Texas e na Louisiana, são os primeiros desta escala nos Estados Unidos.
Cada um deles visa eliminar anualmente um milhão de toneladas de CO2, o que equivale à emissão de 445 mil automóveis por ano. De acordo com o Departamento de Energia, os projetos irão capturar 250 vezes mais CO2 que o maior local de captura atualmente em operação.
A empresa suíça Climeworks, líder do setor, opera atualmente uma fábrica na Islândia com capacidade anual de capturar 4.000 toneladas de CO2 do ar. A companhia irá participar do projeto em Louisiana, que armazenará o CO2 capturado no subsolo.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), existem atualmente 27 locais de captura de carbono atmosférico no mundo, mas sua escala é pequena. A AIE indica que mais de 130 projetos estão em desenvolvimento.
Esses investimentos do governo Joe Biden fazem parte de uma lei de infraestrutura aprovada em 2021.
O Departamento de Energia havia anunciado anteriormente que queria investir em quatro projetos em um valor total de US$ 3,5 bilhões (R$ 17,1 bilhões).
Capturar dióxido de carbono diretamente da atmosfera é um dos métodos que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU considera necessário para combater o aquecimento global.
No entanto, essa tecnologia também tem seus opositores, que temem que seja um pretexto para continuar emitindo gases de efeito estufa, em vez de mudar mais rapidamente para energias limpas.
As técnicas de captura direta do ar (DAC, do inglês Direct Air Capture), também chamadas de eliminação de dióxido de carbono (EDC), concentram-se no CO2 já emitido na atmosfera.
Elas se diferem dos sistemas de captura e armazenamento de carbono (CCS, do inglês Carbon Capture and Storage) na fonte – como as chaminés de fábricas, por exemplo –, que impedem que emissões adicionais cheguem à atmosfera.
O governo Biden anunciou em maio um plano para reduzir as emissões de CO2 das usinas a carvão e a gás, com foco principal no sistema CCS.
G.Bardales--ESF